Pular para o conteúdo principal

Minha vida de empresário

Muitos atletas têm academias próprias, mas esses lutadores resolveram empreender em uma área completamente diferente da que atuam

Natural de Soure, na Ilha do Marajó, Deiveson Figueiredo tinha dificuldade para encontrar artigos de boas marcas esportivas em sua cidade. Para resolver seu problema, que ele imagina que seja de todos os moradores do local, o atleta decidiu abrir uma loja lá.
 

O plano ainda está em andamento, mas ele quer que a loja leve seu nome (“E tenha uma foto grande minha na frente”, brinca) e que saia do papel em breve. Hoje, Deiveson está revendendo roupas das marcas, enquanto fica de olho no negócio que abriu com o irmão, um delivery de sushi – ele já trabalhou como sushiman, por isso a afinidade. “Sou um cara que gosta muito de trabalhar e faço isso incansavelmente dentro do UFC. Mas tenho o sonho de ser um grande empresário quando me aposentar. Quero ter minha fazenda”, conta o peso-mosca. “Hoje o sushi está com o meu irmão, que também é lutador, e estou  focado nesse ramo de roupa. Espero em breve abrir a loja, pois a carreira na luta é curta. É importante sempre pensar nessas coisas.”

Deiveson conta que, como muitos lutadores, também pensa em abrir uma academia no futuro, mas seu foco hoje é outro. “No Brasil tudo é difícil. Os impostos são altos. Mas estou sendo orientado por um contador para que possa ver todas essas questões. Tenho uma grande equipe que me ajuda na parte de marketing e, com certeza, eles vão me ajudar nessa parte”, brinca o atleta. Além de Deiveson, outros lutadores do UFC expandiram seus negócios para além do universo do octógono. Veja alguns deles:

CONOR MCGREGOR
Uísque – irlandês, claro. Investimento bastante apropriado para um sujeito elegante como Conor McGregor. O destilado, batizado de Proper No. Twelve, não é apenas um produto licenciado que leva a assinatura do lutador. Ele criou de fato uma empresa para isso, da qual é o fundador, o chairman e o proprietário majoritário. A bebida é desenvolvida em parceria com a destilaria de uísque mais antiga do mundo, a Eire Born Spirits. E McGregor conta que ajudou a criar cerca de 100 blends, até chegar àquele que seria o mais “apropriado” – daí o nome, Proper No. Twelve (o número do título é uma referência ao distrito em que o atleta cresceu, Dublin 12). Uma mistura de grãos não-maltados com single malt, o uísque é definido pela empresa de McGregor como “complexo e sofisticado, porém suave e acessível, com toques de baunilha, mel e madeira tostada”. Entusiasta da causa dos socorristas, o atleta prometeu doar 5 dólares para cada caixa com 12 litros vendida para organizações da classe, em um teto de 1 milhão de dólares por ano.

BEBA COMO CONOR
No site do uísque Proper No. Twelve há algumas receitas de drinques com uísque. Aprenda aqui a Dublin 12 Old Fashioned:

Ingredientes
60 ml de Proper no. Twelve
1 colher de xarope simples
2 gotas de angostura 
2 gotas de angostura orange
Uma fatia de limão
Uma cereja

Modo de preparo
Em um copo baixo, adicione o uísque, o xarope e as gotas de angostura. Coloque gelo até quase a boca e mexa suavemente. Decore com a fatia de limão e a cereja
 

 

CARLOS CONDIT

Café gelado com cara de chope? Pode parecer estranho por aqui ainda, mas a versão da bebida conhecida como nitro coffee ou nitro cold brew, feita a partir de um método de extração do café por infusão em água fria e servida gelada, já é popular nos Estados Unidos.

Tão popular que foi nela que Carlos Condit apostou quando pensou em abrir um negócio extraoctógono. O café do Hundred Hands Craft Coffee recebe uma injeção de nitrogênio, fica mais cremoso e sai de torneiras iguais às de chope. A empresa, aberta em sociedade com dois comerciantes de Albuquerque, no Novo México, gosta de ressaltar a origem dos grãos e o relacionamento sustentável com os pequenos fazendeiros e as comunidades que os produzem – que são da Etiópia e do Brasil. Por enquanto, a Hundred Hands não tem um estabelecimento de fato: os cafés e chás podem ser consumidos em eventos como feiras e os barris são vendidos a comerciantes locais.

JOSÉ ALDO

Fã e consumidor usual de hambúrgueres sempre que não está em camp, o manauara juntou a fome com a vontade de comer e abriu a Famous Burger no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, em 2016. Sob o slogan “O hambúrguer campeão de sabor”, o estabelecimento já tem hoje quatro franquias – o investimento inicial para tornar-se um franqueado é de 500 mil reais. Aldo não empresta apenas o nome e o rosto para a marca: segundo o sócio Alex Parente, ele participa efetivamente do negócio, dá ideias de receitas inéditas e faz prospecções com novos parceiros e marcas. O ambiente é decorado com objetos e pôsteres da carreira do campeão do povo e as TVs transmitem lutas e jogos da NFL e da NBA. Os hambúrgueres servidos têm nomes como “super punch burger” (um blend com dois hambúrgueres de picanha com calabresa de 200 g cada, queijo parmesão e ervas finas, que leva cebola, alface, picles, tomate e queijo prato no pão de brioche e custa 45 reais).