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Ronda Rousey, Joanna Jedrzejczyk, Amanda Nunes, and Valentina Shevchenko.
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As mulheres no UFC | UFC 30 Anos

Relembre como foi o impacto e a jornada das mulheres no Octógono na última década

O presidente do UFC Dana White agora ri quando pensa nisso, mas em 2011 ele tinha a certeza de que mulheres jamais lutariam no Octógono. Não era um comentário sexista, mas baseado na realidade feminina no cenário do MMA na época. Sim, haviam muitas lutadoras talentosas competindo, mas a diferença de talento em diversas lutas era abismal, levando a combates que eram completamente injustos.

Mas White sempre liderou o UFC com uma atitude clássica de “nunca diga nunca”, então quando a medalhista olímpica chamada Ronda Rousey começou a competir pelo Strikeforce, uma organização da Zuffa, ele precisou rever seus conceitos.

Confira a página de 30 anos do UFC

Ronda não era diferentes apenas para o MMA feminino, mas para o MMA como um todo. Ela era talentosa, trabalhadora e uma força determinada a destruir qualquer rival em uma noite de luta. Além disso, era uma figura muito carismática fora de competição. Complemente isso com sua experiências nas Olimpíadas e uma história de vida intrigante, e Dana White ficou automaticamente interessado em trazer uma divisão peso-galo feminina ao UFC após a luta entre Ronda e Miesha Tate. 

E isso aconteceu no fim de 2012, quando ele anunciou que a primeira mulher campeã do UFC, Ronda Rousey, iria defender seu cinturão contra Liz Carmouche na luta principal do UFC 157, em 23 de fevereiro de 2013. 

Ronda Rousey finaliza Liz Carmouche na luta principal do UFC 157. (Foto por Josh Hedges/Zuffa LLC)

Ronda Rousey finaliza Liz Carmouche na luta principal do UFC 157. (Foto por Josh Hedges/Zuffa LLC)


Foi no Honda Center, em Anaheim, que elas se enfrentaram e entregaram aos fãs um grande duelo, com a campeã finalizando no primeiro round.

Assista a Ronda Rousey x Liz Carmouche no UFC Fight Pass

A revolução começou. Dez anos depois, as categorias femininas do UFC estão mais fortes do que nunca, com as campeãs Amanda Nunes, Valentina Shevchenko e Zhang Weili liderando o caminho de uma nova geração que tem a oportunidade de brilhar no maior palco de MMA do mundo.

Mas muito aconteceu até chegarmos onde estamos agora. Em 2013, o The Ultimate Fighter introduziu as mulheres ao reality, com Julianna Peña vencendo a 18ª edição. Em 2014, a segunda categoria feminina foi aberta, com o TUF 20 sendo protagonizado pelas mulheres no peso-palha. Ao fim, Carla Esparza se sagrou campeã da edição e a primeira detentora do cinturão na história. 

Já em 2015, a atenção do mundo para as mulheres no MMA decolou de vez, com Ronda sendo capa da revista Sports Illustratred, onde era descrita como “A Mais Dominante Atleta nos Esportes”. 

Foi durante esse período que também surgiu uma polonesa que marcaria história. Joanna Jedrzejczyk, também chamada de “Joanna Campeã” pelos fãs, começou seu legado ao nocautear Carla Esparza e se tornar campeã peso-palha. 

Joanna Jedrzejczyk golpeia Carla Esparza no UFC 185. (Foto por Cooper Neil/Zuffa LLC)

Joanna Jedrzejczyk golpeia Carla Esparza no UFC 185. (Foto por Cooper Neil/Zuffa LLC)


Assista a Joanna x Esparza no UFC Fight Pass

E como esquecer do UFC 193, em Melbourne, na Austrália? Liderado pelos confrontos entre Ronda Rousey x Holly Holm e Joanna Jedrzejczyk, x Valerie Letourneau, o evento teve um público de 56,214 fãs no Etihad Stadium – o recorde da organização até então. E também foi lá onde Holm chocou o mundo ao nocautear Ronda Rousey. 

Já no UFC 200, tivemos o começo do reinado de Amanda Nunes com a vitória sobre Miesha Tate. Enquanto isso, em 2017, as artes marciais mistas mostraram que ninguém é intocável e Joanna perdia seu cinturão para Rose Namajunas.

Assista ao melhor de Amanda Nunes no UFC Fight Pass

No mesmo ano, os fãs presenciaram a criação do peso-pena feminino com Germaine de Randamie sendo a primeira campeã da divisão. No mesmo ano, foi a vez da brasileira Cris Cyborg aparecer no topo da categoria após bater Tonya Evinger no UFC 214

Também não podemos nos esquecer que foi em 2017 que tivemos o TUF 26, introduzindo o peso-mosca feminino. Na final do reality, Nicco Montano derrotou Roxanne Modafferi e se tornou campeã do UFC - cinturão hoje que é de Valentina Shevchenko, talvez a atleta mais dominante dentro da organização, independente do gênero.

Além disso, tivemos Zhang Weili como a primeira campeã chinesa na história do UFC, Amanda Nunes tornando-se a primeira – e única- mulher a ser detentora de dois cinturões de forma simultânea e tantos outros momentos importantes. Hoje, com a consolidação, podemos ver no ranking mulheres dos Estados Unidos, Brasil, México, China, Escócia, Rússia, França, Quirguistão e tantos outros países.

Amanda Nunes comemora a vitória no UFC 277 com seus dois cinturões. (Foto por Carmen Mandato/Getty Images)

Amanda Nunes comemora a vitória no UFC 277 com seus dois cinturões. (Foto por Carmen Mandato/Getty Images)


Foi uma jornada turbulenta, mas as mulheres pavimentaram todo o seu caminho para o cenário que temos hoje nas artes marciais mistas – e possuem todo o respeito que merecem após tantos anos. Em resumo, é uma época dourada para elas no esporte, e esperamos que seja ainda mais incrível na próxima década.