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Entrevistas

Munhoz sabe que chegou a hora do show

O brasileiro, que luta no UFC 235, quer firmar sua posição no topo do peso-galo

Não é preciso muito para as pessoas decidirem se mudar para o sul da Flórida. A região tem praias, ótimo clima, e para lutadores de MMA, uma das academias mais conhecidas também é algo atraente.

Pedro Munhoz conquistou apenas uma vitória em suas primeiras quatro lutas no UFC, apesar de ter um cartel invicto antes de fazer sua estreia na organização. Em 2017, Munhoz decidiu se mudar para Coconut Creek, na Flórida, para treinar na American Top Team, e a mudança valeu a pena.

"Estar na American Top Team nos últimos dois anos foi definitivamente uma grande mudança para mim e, em termos de treinamento, as pessoas estão vindo de todo o lugar o tempo todo", disse Munhoz. “Toda semana temos um corpo diferente. Então é como se isso te empurrasse nessas diferentes habilidades”.

É difícil argumentar contra os resultados da decisão de Munhoz de se mudar.

Nos últimos dois anos, o brasileiro ganhou força na divisão de peso-galo. Com seis vitórias em suas últimas sete lutas, "The Young Punisher" está tentando se estabelecer em um grupo lotado de possíveis desafiantes nos 61kg.

No UFC 235, ele terá a chance de disparar no ranking quando enfrentar o ex-campeão Cody Garbrandt. A luta é a primeira do norte-americano desde que sofreu as duas primeiras derrotas de sua carreira em combates seguidos contra o campeão T.J. Dillashaw. Munhoz, sabendo que Garbrandt está ansioso para voltar aos caminho das vitórias, está preparado para um "No Love" desesperado.

“Eu vejo duas maneiras diferentes. A primeira é ele chegando como louco e tentando terminar essa luta”, disse Munhoz. "A outra maneira que eu vejo é ele sendo mais calmo, (não) apenas jogando tudo o que tem no primeiro minuto".

Independente de como seu oponente vai se comportar, Munhoz disse que manterá sua estratégia usual de avanço e pressão consistentes. Todas, exceto duas de suas vitórias no UFC foram nocautes ou finalizações, e ele diz que espera mais do mesmo em 2 de março. Com toda a dedicação nos treinamentos na Flórida nos últimos dois anos, sua confiança é mais do que compreensível.

"Eu amo o meu trabalho, e essa é a razão pela qual eu mudei toda a minha família para o sul da Flórida para treinar em tempo integral na American Top Team", disse Munhoz.

"O UFC sabe que toda vez que eu luto, é hora do show".

UFC: A American Top Team te ajudou a aprimorar seu jogo?

PM: Definitivamente. Nós também temos muitos treinadores lá. Temos um ótimo treinador de luta em pé. Ótimo jiu-jítsu, ótimos wrestlers. Então ajuda você a ficar mais completo.

UFC: Agora que você está em uma boa fase, você sente que sua confiança está crescendo ou ainda trata cada luta de maneira diferente?

PM: Tratamos cada luta individualmente (e usamos) uma estratégia diferente. Isso não significa que vou mudar o jeito que luto porque sou agressivo, sempre ando para frente. Isso não vai mudar, mas a cada luta temos parceiros de treino imitando meus oponentes, ou tendo as mesmas habilidades, o que é importante. E é isso, cada luta é uma luta. Nós trabalhamos em algo diferente das outras.

UFC: Parece que você está pronto para qualquer tipo de resultado.

PM: Comecei no boxe. Muita gente pensa que eu vim do jiu-jítsu. Sim, eu estava treinando jiu-jítsu, competi no Brasil por muito tempo e me tornei faixa-preta ainda jovem. Eu ganhei o campeonato brasileiro algumas vezes, mas ao mesmo tempo em que eu estava treinando jiu-jítsu e competindo, eu estava treinando boxe. Fiz até algumas lutas amadoras. Então essa é a razão pela qual toda vez que eu luto, não pareço desesperado para derrubar meus oponentes e estou sempre lá para trocar. Gosto de lutar em pé.

UFC: Foi difícil se mudar com sua família por causa do treinamento? Foi uma transição difícil para vocês?

PM: Foi fácil. Minha esposa ficou em casa o tempo todo por dois anos antes de eu decidir mudar para a American Top Team. Eu já havia enfrentado alguns caras de lá no UFC, e antes disso também. Então eu já conhecia os treinadores lá, e passei 10 dias lá em 2015. Voltei para LA, comecei a treinar lá, e decidi voltar em 2017. Fiquei sozinho por um tempo, enfrentei o Damian Stasiak na Suécia, e então minha família toda veio. Nós ficamos em um hotel perto da academia, e depois da luta vamos conseguir comprar uma casa. Então está tudo bem.