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No dia do esportista, 5 lições do esporte para sua carreira

Preparador mental de atletas conta aprendizados dos lutadores que valem para qualquer pessoa

A vida imita o esporte.

Pode ser que o ditado não seja exatamente assim, mas reside aí uma verdade. O esporte ensina lições essenciais – e não só para quem o pratica – que passam por disciplina, resiliência e por espírito de equipe, para ficar nos mais evidentes.

Em fevereiro, mês em que são celebrados o Dia do Atleta Profissional (10) e o Dia do Esportista (19), pedimos a um coach com experiência no universo esportivo que listasse os cinco ensinamentos mais importantes que o esporte pode dar para nossa carreira, sejamos nós profissionais liberais, colaboradores de uma empresa, executivos ou qualquer outra coisa. Veja abaixo o que diz o preparador mental Lincoln Nunes, desenvolvedor do método Atleta de Elite. 

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1) Foque no cinturão, mas sem esquecer a próxima luta

“A tradução: devemos focar nos objetivos de longo prazo, mas sem esquecer os de curto. Metas são extremamente importantes para que as pessoas alcancem seus objetivos. A ciência comprova cada vez mais que pessoas que possuem metas claras, objetivas e tangíveis, que sabe onde querem chegar, conquistam seus desejos e sonhos de forma mais contundente e mais eficaz. Quando criamos nossas metas, é preciso ter a ‘meta macro’, aquela que vai fazer com que nosso coração pulse, que parece muito distante do ponto onde nos encontramos agora, mas que já vimos em nosso coração acontecendo. É ela que vai nos guiar, dar o rumo. Para que ela aconteça, temos que inevitavelmente dar pequenos passos, ou as ‘metas micro’. Essas são fundamentais para termos um termômetro, para sabermos que estamos caminho certo.

Um dos maiores problemas de não se conseguir alcançar sonhos e objetivos é querer atropelar as metas micro e já chegar na macro. Quem vai correr uma maratona não coloca um pé aqui e outro na linha de chegada. A pessoa dá um passo de cada vez para chegar lá. Divide os 42 km em pequenos objetivos. Se estrutura e se programa, e assim tem certeza de que está no caminho certo.”

 

2) Ninguém consegue nada sozinho – é preciso um bom time ao seu lado

“Se desejamos ir para um outro nível em nossas vidas, independentemente da profissão, precisamos de pessoas ao nosso lado que nos auxiliem, nos guiem e nos antecipem muitas vezes problemas que estaríamos enfrentando se não tivéssemos alguém com a visão mais aguçada sobre aquilo. É natural que, na correria do dia a dia, a gente não consiga enxergar e ter discernimento sobre as melhores decisões a tomar. Ninguém consegue ser bom em tudo. Se você não delega, não tem uma equipe boa, ou vai fazer mal feito o que está fazendo ou vai querer fazer tudo e não vai conseguir fazer nada.”

 

3) Perder uma luta só é uma derrota se não extrairmos uma lição

“A tradução para a pessoa que não é atleta é: cometer erros só são mesmo um problema se deles não tirarmos um ensinamento. Quando um atleta fala que perdeu uma luta, pergunto sempre o que de bom, o aprendizado que tirou daquilo. Eles param, analisam, refletem. E concluem: preciso melhorar minha guarda, minha trocação, gerenciar melhor minhas emoções. Se eles chegam a essa conclusão, a derrota não foi derrota, foi um aprendizado, uma evolução que veio através de um resultado que ele não desejava. Só quando não serve para nada é uma derrota. Muita gente lamenta e acredita que as coisas acontecem ‘a elas’, ‘com elas’. É preciso uma mudança de mentalidade: as coisas não acontecem ‘a mim’, e sim ‘para mim’, ‘para você’. É para evoluirmos e nos tornarmos uma pessoa melhor. Para termos uma visão diferente de quem somos. Quando mudamos a forma de enxergar, conseguimos entender que só é derrota quando não tiramos proveito dela. Temos que usar o que aprendemos para não cometermos o mesmo erro outra vez.”

 

4) Inteligência emocional faz toda a diferença na conquista de resultados.

“Inteligência emocional se traduz na capacidade de o ser humano aprender a lidar com as próprias emoções. E isso está totalmente ligado com o autoconhecimento, com olhar para dentro de você. É compreender os sentimentos e comportamentos dos outros também. Quando entendemos isso, conseguimos conciliar o lado emocional e o racional do cérebro e usar os dois lados da melhor forma possível dependendo da situação e do momento que vivemos. Tem gente que não consegue atingir grandes conquistas na carreira porque não se conhece. Essas pessoas vivem crise de ansiedade, de valores, de estresse, e muitas vezes isso está ligado ao autoconhecimento, ao fato de não se entenderem bem, de não conseguirem gerenciar emoções. Claro, isso é um dos maiores desafios da humanidade, mas traz os maiores benefícios para quem quer crescer em sua carreira. Temos crenças, sabotadores internos, que são monstrinhos que ficam falando muitas vezes coisas que podem nem ser verdade, mas que são sopradas em nosso subconsciente, no nosso pensamento. E isso faz com que a pessoa não atinja seu potencial.

Inteligência emocional está totalmente ligada à alta performance. Problemas todo mundo tem, estresse no dia a dia também. O que diferencia uma pessoa de sucesso para uma fracassada é a forma como lida com os problemas, a forma com que ela age. E o verbo é ‘agir’, não ‘reagir’. Reagir é algo que fazemos de forma automática e impulsiva, e que nem sempre traz melhores resultados. Quando a pessoa age em vez de reagir, está fazendo isso de forma consciente, racional – pode até ser intuitiva, mas a pessoa faz o que acredita que é melhor para ela. Caso contrário, ela vai se tornar refém do que acontece à sua volta. Não somos frutos das circunstâncias, e sim das nossas decisões.”

 

5) Trabalho duro supera o talento quando o talento não trabalha duro

“Cada vez mais deixo de acreditar no talento como a principal qualidade de uma pessoa vencedora. No meu ponto de vista, determinação, persistência, resiliência, atitude positiva e foco são 5, 10, 15 vezes mais importantes que talento. O talento às vezes é o pior inimigo das pessoas. Muitas vezes, o sujeito é dotado de um determinado talento, o cérebro dele funciona de forma diferente, aprende mais rápido, tem habilidade inata, mas, pelo fato de ele ser privilegiado, acaba deixando de lado tudo aquilo que falei antes. Ele acha que não precisa trabalhar tanto quanto os outros para conquistar o que deseja. E aí vem a grande armadilha: a pessoa talentosa, porque está com o ego inflado, pensa que é abençoada e deixa de fazer o que é básico ou necessário.

Já quando talento, habilidade inata, predisposição genética, resiliência ou trabalho duro se unem, nascem grandes nomes, como Michael Phelps, Cristiano Ronaldo, Messi, só para ficar em poucos exemplos. Quando há união do talento com aquilo tudo, nasce o legado. Acontece que tem muita gente que não é dotada de uma habilidade reconhecível, mas que tem todas as outras características que mencionei. Para elas, não existe o ‘se der certo’. E sim o ‘fazer até dar certo’. Não tem plano B, é só o A: fazer até acontecer. Acredito muito mais em outras competências que são treináveis por todo e qualquer ser humano – e muito menos no talento.” 

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