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Eventos

O expresso "Blessed" está de volta

Campeão peso-pena fala sobre volta ao Octógono no UFC 231

É quase impossível falar com Max Holloway e não ouvir o havaiano dizer a palavra “abençoado” (blessed, em inglês). É seu apelido, e resume bem a maneira com que ele fala sobre a vida. Após 12 vitórias consecutivas e a conquista do cinturão dos pesos-pena em 2017, ficou difícil contestar sua maneira de pensar.

Até que, em 2018, tudo parou de forma abrupta.

Um duelo com Frankie Edgar foi remarcado para março, mas uma lesão na perna um mês antes forçou Holloway a desistir do combate. Em abril, ele foi escalado para substituir Tony Ferguson e encarar Khabib Nurmagomedov pelo título dos leves, mas, com apenas seis dias de preparação, os médicos da Comissão Atlética de Nova York o tiraram do card. Alguns meses depois, Holloway defenderia seu cinturão no UFC 226 contra Brian Ortega, mas, três dias antes da luta, Holloway foi novamente retirado de combate por “sintomas semelhantes aos de uma concussão”.

Holloway se abriu sobre sua luta contra a depressão durante este ano, algo que ele acredita que atletas como um todo não abordam suficientemente, e ele espera que sua transparência permita às pessoas terem alguém com quem relacionar seus próprios problemas.

“Eu não entendia”, disse Holloway, “Tem um cara no meu time, um dos meus melhores amigos, ele passou por algumas coisas e eu não o entendi no momento. Eu era super duro com ele na época, dizia ‘Vamos lá, você pode lidar com isso’ e blá blá blá. E esse ano eu pensei ‘Nossa, isso é real’. Me senti mal, no final das contas é uma loucura. Todos acham que nós lutadores, nós atletas somos super-heróis, que não podemos fazer nada errado”.

Porém, prestes a voltar a fazer o que ama neste sábado, quando enfrentará Brian Ortega colocando seu título em disputa na luta principal do UFC 231, Holloway está com os ânimos renovados.

Ao longo da semana, ele foi assistir a um jogo do Toronto Raptors, equipe da NBA da cidade que receberá o evento deste final de semana, conheceu o rapper Drake e se divertiu convocando os fãs a torcerem por ele em coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira, quando afirmou que a cidade canadense é, para ele, uma extensão de sua terra natal, o Havaí.

Sobre a luta deste final de semana contra Ortega, Max também espera apenas o melhor.

“Essa é uma daquelas lutas em que as pessoas dizem, ‘Adoraria que esses caras se enfrentassem em seus auges’. Adivinha só? É isso que vai acontecer, e na luta mais importante, pelo cinturão peso-pena do UFC”, disse, “Todos me dizem isso e aquilo, mas Brian está aqui por um motivo. Ele fez seu trabalho e estará de frente para mim no Octógono no sábado, então estou empolgado. Estou ansioso, e gosto desse desafio”.

Mesmo sem pisar no Octógono há 12 meses e tendo enfrentado diversos problemas ao longo do caminho, Holloway se mantém confiante e com os pés no chão, sabendo que a continuidade do trabalho que vinha fazendo até a última luta o levará a seguir tendo sucesso.

“A cada luta, sou um lutador diferente. A sequência de vitórias é fruto disso. É o que é. Eu não foco em sequências de vitórias. Quero vencer cada luta”, disse, “As pessoas vêm à minha casa e me perguntam ‘Cadê seus cinturões?’. Eles estão no armário. E dizem, ‘O quê? Por que você não os expõe em algum lugar?’. Eu respondo, ‘Eu ainda não acabei. Quando eu terminar, posso pendurá-los e deixar que os vejam, mas eu ainda não acabei. Não estou nem perto de acabar’. Agora não é hora de exibi-los, agora é hora de trabalhar”.