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Os 5 hobbies mais (ou menos) curiosos dos atletas

Enquanto uns amam se fantasiar e caçar alces, outros ficam felizes em fazer a própria cerveja

Você precisa de um hobby. É nisso que a psicóloga Jaime Kurtz, professora adjunta da James Madison University, nos Estados Unidos, acredita. “Os hobbies ajudam você a estruturar seu tempo”, afirma ela em um artigo para a Psychology Today. “As coisas levam o tempo de que você dispõe. Quando a noite se estende diante de você, sem nada programado, você pode ficar trabalhando mais tempo naquele projeto ou respondendo emails até altas horas da madrugada. É provável que, se você tivesse uma aula do coral ou um encontro do clube do livro naquela noite, essas tarefas seriam realizadas muito mais rapidamente. Por isso, os hobbies podem criar mais tempo, incentivando a eficiência.”

Há vários outros benefícios para se ter um hobby. Eles promovem o fluxo mental: “O tempo voa, a autoconsciência desaparece e você está totalmente imerso na atividade em questão. Hobbies, especialmente aqueles que ampliam nossas habilidades, promovem esse estado desejável e cada vez mais evasivo”, diz Jaime. Além disso, eles fomentam novas conexões sociais e nos fazem pessoas mais interessantes. “Eles adicionam camadas à sua identidade, riqueza ao seu autoconceito. As pessoas querem estar perto de pessoas com paixões, com um senso de curiosidade, com histórias para contar”, escreve a especialista.

De todos os benefícios de um hobby, provavelmente o mais interessante para um atleta é aprender a lidar com o estresse. “Imagine um dia difícil no escritório, em que você foi duramente criticado por seu chefe. Chegar em casa e ligar a TV pode proporcionar uma breve distração, mas não aborda de frente o ego danificado. Agora imagine que depois do trabalho você vai para seu jogo de futebol ou para a aula de cerâmica. As atividades são mais do que meramente distrativas. Elas lembram que são muitas as facetas do seu autoconceito. Como tal, um golpe em um aspecto da sua identidade é menos prejudicial. Simplificando, seus ovos não estão todos na mesma cesta.”

Esses cinco lutadores do UFC conhecem bem os benefícios de ter um hobby – mesmo que, às vezes, um tanto inusitado.

Jim Miller

Um dos passatempos do peso leve do UFC quando chega em casa, em Lafayette, uma zona rural de Nova Jersey, EUA, é ir para a cozinha – cujos armários ele fez com as próprias mãos – para assar uma fornada de pão artesanal. Ele também gosta de cuidar dos tomates que planta em seu quintal. Mas o hobby mais elaborado de Jim Miller é trabalhar na brassagem de sua cerveja. Pai de duas crianças, o atleta também usa a garagem para fabricar vinho. Lá, ele mantém três queimadores ligados a um tanque de propano, onde ocorre o processo de fermentação natural das bebidas. “Eu gosto de fazer coisas, seja cozinhar ou fabricar vinho ou cerveja”, disse ele para o site Vice americano. “Gosto da satisfação de eu mesmo produzir algo.” A esposa Angel concorda. “Ele pode fazer qualquer coisa”, disse certa vez para o site de notícias NJ.com. “É como um homem da Renascença.”

Chad Mendes

Para quem segue o lutador peso-pena nas redes sociais, não é surpresa saber que seu hobby predileto é a caça. Ele vive postando fotos de incursões para o meio do mato para abater veados ou outros bichos. Chad Mendes gosta tanto de caçar que decidiu transformar o hobby em trabalho. Ele tem uma agência, a Finz & Featherz, que proporciona viagens guiadas justamente para esse fim. “Para um esportista de longa data como Mendes, seu serviço de guia é uma extensão natural de suas paixões e uma ótima maneira de compartilhar seu amor pela caça e pesca”, diz a apresentação do site da empresa. Chad Mendes não apenas leva pequenos grupos de pessoas para essas atividades outdoor como também oferece um serviço em que o cliente faz seu tour de caça com algum outro atleta – entre as opções estão os lutadores T.J. Dillashaw, Paige VanZant e Travis Browne e o jogador de basquete da NBA Brad Miller.

Angela Hill

Ela já foi a uma pesagem vestida de Dhalsim, personagem indiano de Street Fighter. Também se vestiu (e fez a equipe toda fazer o mesmo) como um dos guerreiros do filme Warriors – Os Selvagens da Noite. E também já caminhou para a balança como o anime Afro Samurai. Fantasiar-se – ou melhor, fazer cosplay – é o que tira o stress de Angela Hill, ex-campeã peso palha do Invicta e atual 14ª colocada no ranking da categoria do UFC. “Assim como os videogames, isso mantém minha mente longe do estresse da luta”, disse ela ao site Kotaku, especializado em cosplay. “É muito fácil pensar demais nisso. Eu literalmente stalkeava meus oponentes. Via o que eles postavam todos os dias. Assistia a meus vídeos e aos vídeos deles de luta. E dava um Google para ver o que as pessoas estavam dizendo sobre mim. Era uma loucura”, contou ela. “E os videogames e o cosplay são uma distração muito boa para mim porque mantém minha mente longe daquela coisa: ‘O que as pessoas estão dizendo sobre mim?’. ‘O que acham que vai acontecer?’ Eu era capaz de estar presente no momento e apenas relaxar e dar uma pausa no meu cérebro do estresse da luta.”

Colby Covington

O atual campeão interino dos meio-médios treina a poker face que costuma fazer em suas lutas justamente... numa mesa de pôquer. Mais do que um hobby, o lutador define o carteado como sua paixão. E ele leva a sério: participa de campeonatos desde 2012 – já foram 24 até hoje – e ganhou um total de 40 mil dólares com o jogo. Antes de despontar na cena do MMA e no UFC, Colby já era um jogador regular de pôquer. Ele é o 235º na lista dos jogadores que mais ganharam dinheiro do estado do Oregon (onde ele morou grande parte de sua vida). Jogando Texas Hold’em, o melhor resultado do atleta foi no WPT Regional Series, em 2012, quando ganhou 9 935 dólares de premiação e terminou em sétimo lugar. “Eu quero ser o primeiro campeão do mundo em dois esportes, na luta e no pôquer – e eventualmente no wrestling e no WWE”, disse ele ao site do BJ Penn no meio do ano.

Nate Diaz

Ele corre, nada e pedala. E não apenas para melhorar seu condicionamento físico para um camp antes da luta. Triatlo virou um estilo de vida para o californiano Nate Diaz. O atleta, que é vegano, costuma participar de provas do esporte, muitas vezes ao lado do irmão Nick – os dois também amam pedalar longas distâncias. A última prova que Nate correu foi a XTerra Lake Tahoe, em agosto deste ano. Concluiu a competição com tempo de 4 horas, 45 minutos e 5 segundos – ele chegou em 80º lugar, entre 150 participantes. Na prova, Nate nadou 1 500 metros no lago Tahoe, nas montanhas de Serra Nevada (EUA), pedalou 35,4 quilômetros e correu mais 10 quilômetros de trilha.