Pular para o conteúdo principal
Blog do Marcelo Alonso

Os próximos passos para Holloway, Edgar e Cyborg

Finalmente tivemos uma edição do UFC sem grandes surpresas. Algo raro neste ano de 2019. Max Holloway, Cris Cyborg e praticamente todos os favoritos, venceram; como esperado, Pantoja e Deiveson fizeram um lutaço e saíram com o bônus de Luta da Noite e Viviane Araújo, em sua segunda luta no UFC, passou de promessa a realidade após uma vitória convincente sobre a experiente Alexis Davis.

Mais UFC 240: Fatos para a históriaAs reações das redes sociais | Amanda quer revanche com Cyborg | Holloway iguala recorde | Os bônus da noite | Todos os resultados

Ainda não foi desta vez que Frankie Edgar conseguiu sentir novamente o prazer de ser campeão mundial. Aos 37 anos, o ex-campeão dos leves até teve uma boa atuação nos cinco rounds de combate, mas não conseguiu impor seu wrestling e nem mesmo neutralizar o absoluto controle de distância do campeão.

Atual 4º do ranking da divisão, Edgar saiu da luta visivelmente abatido pela terceira tentativa frustrada de entrar no seleto hall dos lutadores que conseguiram conquistar cinturões em duas divisões distintas (BJ Penn, Randy Couture, Conor McGregor, Cormier, Cejudo e Amanda Nunes). Após o evento, chegou a ser perguntado por jornalistas se teria interesse em descer para a divisão dos galos e desconversou.

Brasil

Pessoalmente, considero esta a melhor opção. Edgar é extremamente competitivo e já deixou claro que não quer continuar lutando apenas para se manter empregado. E se o que lhe motiva é conquistar um cinturão, por que não tentar voltar a ser competitivo na categoria de baixo, onde finalmente poderia lutar tendo vantagem na envergadura?

Além de trazer emoção à divisão dos galos, Edgar teria plenas condições de fazer grandes lutas com qualquer um dos Top 5.  Mas este é o tipo de decisão que só cabe ao lutador. Aos 37 anos, só Frankie pode dizer o que seu corpo já passou em 31 lutas e mais de 7 horas no Octógono, e se ainda está disposto a encarar a famigerada batalha da balança.

Com relação a Holloway, a vitória sobre Edgar cimentou seu legado definitivamente. Se quiser continuar lutando entre os penas, seria natural que enfrentasse na seqüência o número um da divisão, Alex Volkanovski. Mas por tudo que mostrou até aqui, o australiano, da mesma altura de Edgar, não parece trazer nenhuma ameaça ao campeão.

Uma opção interessante seria o russo Zabit Magomedsharipov, 5º do ranking. Zabit seria o primeiro oponente a colocar Holloway em franca desvantagem na envergadura. Mas pelo que mostrou até aqui, ainda não o vejo como uma ameaça real ao campeão. O russo venceu por pontos Kyle Bochniak (que perdeu do unidimensional Hakeem Dawodu) e Jeremy Stephens (vencido por Aldo e Moicano).

O havaiano já disse em algumas entrevistas que seu caminho natural será subir para o peso-leve. Um movimento que, como vimos em sua penúltima luta (Dustin Poirier), teria que ser muito bem orquestrado junto a treinadores e preparadores físicos, afinal a diferença de física na divisão de Khabib Nurmagomedov é grande. Por enquanto, só nos resta aguardar a decisão do genial Max Holloway.

Cyborg acerta revanche com Amanda antes da renovação

A resistência da simpática Felicia Spencer foi outro ponto alto deste UFC 240. Mordida pela derrota para Amanda Nunes em sua última luta, Cris Cyborg nitidamente entrou decidida a tentar definir a luta no 1º round, mas a canadense mostrou que é osso duro de roer e aguentou firme até o 3º round. Ainda conseguindo abrir um enorme corte na testa da brasileira.

Após anunciada sua vitória unânime, Cyborg aproveitou para responder Dana White ainda em cima do Octógono. “Lógico que eu quero a revanche com a Amanda”, disse a brasileira mexendo mais uma peça no jogo de xadrez com Dana, uma vez que a luta com Spencer era a última de seu contrato e o cartola havia mexido com o ego da brasileira durante a semana ao declarar que ela não queria a revanche com Amanda Nunes.

Ainda na conferência de imprensa do UFC 240, Cyborg voltou a alfinetar o patrão duas vezes. Primeiro relembrando aos jornalistas os episódios de bullying que sofreu (de Dana e Joe Rogan) e, na sequência, recebendo uma resposta positiva de Amanda Nunes ao convite que fez no Twitter (para lutarem a revanche em janeiro). Se Cris e Amanda já concordaram com a revanche, está claro para os fãs que a questão agora passa a ser contratual.

O presidente do UFC ainda tentou uma cartada dizendo aos jornalistas que a paranaense estaria em fim de carreira buscando lutas mais fáceis em eventos menores, mas obviamente, depois do Twitter de Amanda e Cyborg ficou claro que agora tudo será uma questão de negociação financeira entre as partes.

Como não é mais campeã (como na 1ª luta) e não tem mais direitos a porcentagens no pay per view, Cyborg certamente deve estar barganhando sua fatia no bolo. Algo totalmente natural. Como é absolutamente razoável que o UFC, de seu lado, exija contratualmente que a brasileira se comprometa a defender o cinturão caso vença a revanche.

O fato é que Cyborg x Amanda 2 é muito mais que uma revanche valendo o cinturão peso-pena. É uma luta que vai definir quem é a maior lutadora de MMA de todos os tempos, com potencial para bater todos os recordes de venda de pay per view. O fato é que o xeque-mate deste jogo quem vai dar é o fã do esporte, quando a luta estiver confirmada.

Assine o Combate | Siga o UFC Brasil no Youtube