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A goianiense Sarah Frota se prepara para fazer sua primeira luta no Ultimate dia 2 de fevereiro, no UFC Fortaleza, menos de três anos após sua estreia profissional no MMA. Apesar da pouca experiência nas artes marciais mistas, no entanto, Sarah estava destinada à vida de atleta desde a infância.
Seu primeiro esporte foi o futebol, seguido pelo judô, o karatê e a capoeira, que participaram do desenvolvimento de Sarah, mas não a encantaram. Tanto é que ela largou tudo isso para apostar em uma carreira musical logo aos 15 anos de idade, e só voltou ao mundo das lutas quando deu uma chance ao jiu-jítsu.
“Com 19, 20 anos, estava me achando muito sedentária, com maus hábitos, estava me achando muito gordinha”, contou a lutadora em entrevista ao UFC Brasil, “Quando entrei para o jiu-jítsu, minha vida mudou. Com um mês de treino, comecei a competir e não parei mais. Foi a arte que me trouxe onde estou agora".
Após ganhar rodagem na arte suave e viajar para conhecer novos treinos e competir, Sarah comentou com seu mestre Henrique Pimenta, da Gracie Barra, em Goiânia, sobre o desejo de se testar no MMA, inspirada, como diversos outros atletas, pela lenda Royce Gracie.
“Vi os primeiros UFC, com o Royce Gracie magrelo, de kimono, pegando caras gigantes, levando pro chão e finalizando, sempre achei isso irado”, disse, “Pensei: ‘se um homem consegue fazer isso com um cara enorme, eu, mulher, vou conseguir fazer se algum dia precisar me defender’”.
E assim Sarah fez sua primeira luta de MMA em abril de 2016, vencendo por finalização. De lá para cá, a lutadora somou mais oito vitórias ao seu cartel, incluindo a mais recente sobre Maiara Amanajás por nocaute técnico no primeiro round no Contender Series Brasil, triunfo que lhe garantiu um contrato com o Ultimate.
"Foi surreal. Eu nunca tinha ido para os Estados Unidos. Tinha viajado para a Índia no começo do ano, foi minha primeira experiência internacional”, contou, “Quando voltei, meu professor falou que tinha recebido uma proposta, que precisavam de uma lutadora nos 52kgs, que nem era minha categoria - eu lutava com 57. Era a chance da minha vida”.
“Fui para Las Vegas, conheci um lugar novo, lutei na academia do UFC, que eu via assistindo o TUF, então um dia estava na minha casa e outro dia estava naquele Octógono que via na TV. É um filme que passa na nossa cabeça".
Logo em seu primeiro teste na organização, Sarah terá pela frente uma tarefa nada fácil: ela vai encarar a compatriota Livinha Souza, outra das principais promessas da divisão peso-palha no Ultimate.
Ex-campeã da categoria no Invicta FC, a paulista de 27 anos fez sua própria estreia no Octógono há pouco mais de quatro meses, vencendo por finalização no primeiro round, e tem o total respeito da adversária.
"Acredito que das meninas que enfrentei até hoje, a Livinha é a que tem um estilo mais parecido comigo, tanto na forma como ela promove as lutas dela, como no Octógono”, disse Sarah, “Minha intenção não era lutar com uma brasileira aqui, mas com uma estrangeira, só para não dividir a torcida. Mas o evento quis, e acredito que não foi à toa. Nós somos duras e de muita qualidade. Acredito que nossa luta tem potencial para ser uma das melhores da noite".
Se em apenas três anos competindo profissionalmente no MMA, a goianiense foi de estreante à atleta do UFC, o que será que ela ambiciona para os próximos três anos de carreira?
“O cinturão do UFC”, disse, “Sou muito competitiva. Tudo o que eu faço, faço com amor. Me entrego ao máximo. Já realizei um sonho, que é entrar no UFC, e agora é para cima. Vou mostrar meu trabalho e, o mais rápido possível, vou começar a incomodar as de cima. Eu vim para dar trabalho".