Eventos
Top 10 – Lutas fantásticas em fevereiro
Estas são as 10 lutas que mais nos interessam em fevereiro de 2020
Fevereiro terá o dobro de eventos que o mês passado, e o dobro de lutas que podem passar despercebidas agora, mas sinto que vamos considera-las significativas em 12-18 meses.
Há também três disputas de cinturão, uma potencial eliminatória pelo título, um confronto interessante de pesos-pesados e uma luta crucial do peso-leve que se transformou em uma grande rivalidade.
Ou seja: fevereiro será muito divertido no UFC.
Aqui estão as 10 lutas que mais me interessam neste mês. Este é o Top 10.
UFC 247: JONES x REYES
SÁBADO, 8 DE FEVEREIRO (HOUSTON, TEXAS)
Ilir Latifi x Derrick Lewis
Este é o interessante confronto de pesos-pesados que mencionei acima: um duelo entre o eterno contender Lewis e o herói cult Latifi, que se aventura pela categoria dos garotos grandes pela primeira vez desde as primeiras lutas de sua carreira, há mais de uma década.
Lewis começou sua campanha de 2019 com uma derrota para Junior Cigano, revelando depois que tem lutado com o joelho lesionado há alguns anos. Depois de arrumar tudo e concluir sua reabilitação, o nativo de Houston retornou ao Octógono no UFC 244, registrando uma vitória por decisão dividida em uma árdua batalha com Blagoy Ivanov.
Após uma fase em que venceu cinco de seis lutas e se aproximou da conversa sobre o cinturão dos meio-pesados, Latifi perdeu suas duas últimas batalhas e optou por mudar. O veterano sueco é subdimensionado para a divisão em termos de altura e alcance, mas será interessante ver como seu poder de nocaute considerável se traduz na categoria, e se ele carregará uma vantagem de velocidade e rapidez agora que está lutando com pesos-pesados.
Com a situação no topo da divisão em grande estagnada no momento, essa luta é uma oportunidade para Latifi saltar para o meio da fila pela disputa pelo título dos pesos-pesados, e para Lewis consolidar sua posição como um dos principais desafiantes da divisão na segunda metade do ano.
Dan Ige vs Mirsad Bektic
Eu já disse muitas vezes que acho que o peso-pena é a divisão mais interessante do UFC no momento e gostaria de enviar essa luta como Anexo B em minha defesa dessa posição; O anexo A foi a luta de Andre Fili e Sodiq Yusuff no mês passado, no UFC 246.
Bektic entra nessa como o que os nerds de esportes como eu chamariam de "surpresa pós-hype", um cara que chegou como uma grande promessa, não supriu as expectativas, e ainda está tentando cumprir todas essas promessas. O que é curioso para mim é como ou por que alguém cancelaria um garoto de 28 anos com talento óbvio e um recorde de 13-2, sendo que essas duas derrotas ocorreram contra veteranos classificados em lutas que foram projetadas para determinar se Bektic estava pronto para competir entre a elite do evento.
Enquanto Bektic chegou ao UFC com um hype gigante, Ige passou pela porta dos fundos despercebido. Depois de não conseguir garantir um contrato apesar de ter finalizado sua luta no Contender Series, o havaiano de Las Vegas teve sua oportunidade de última hora no UFC 220, perdendo uma decisão unânime para Julio Arce. Desde então, Ige conquistou quatro vitórias seguidas, colocando-o na linha de frente na competição com a chance de provar que é um dos principais pesos-penas da divisão.
Valentina Shevchenko x Katlyn Chookagian, pelo título do peso-mosca feminino
A primeira disputa de cinturão de 2020 acontece na divisão de pesos-moscas, quando Shevcehnko tentará sua terceira defesa bem-sucedida contra Chookagian, que tentará chocar o mundo e conquistar sua quinta vitória desde que a categoria até 57 Kg foi lançada no início de 2018.
A atual campeã perdeu um round ao longo de suas quatro lutas na categoria, e as únicas duas derrotas em seu currículo no UFC são decisões parelhas para Amanda Nunes, campeã dos pesos pena e galo. Ela é, sem dúvida, um talento especial.
Chookagian entra como uma zebra considerável. Aos 31 anos, a “Blonde Fighter” tem um cartel 13-2 no total e 6-2 no UFC, com cada uma dessas derrotas por decisão dividida.
Chookagian não é tão dinâmica quanto Shevchenko, mas é ativa, se movimenta bem e continua mostrando melhorias a cada combate. Será o suficiente para derrubar "Bullet" de seu trono? Descobriremos em 8 de fevereiro.
Jon Jones x Dominick Reyes, pelo título dos meio-pesados
Se você não está empolgado com esta luta, não sei o que dizer.
Jones é o melhor lutador que está andando na Terra hoje - um talento prodigioso que continua a crescer, evoluir, melhorar e permanecer dominante por mais de uma década, ao mesmo tempo em que anula todo e qualquer desafiante colocado diante dele. Seu reinado transcendeu três eras diferentes na divisão dos meio-pesados: a velha guarda, ex-campeões; seus contemporâneos; e agora a próxima onda de candidatos. E, apesar de vários problemas longe do cage, ele permaneceu assustadoramente consistente e imperturbável dentro do Octógono.
Reyes é o primeiro verdadeiro meio-pesado a subir na hierarquia e desafiar Jones em algum tempo, e entra com o tipo de confiança e autoconfiança que são necessárias para compartilhar a gaiola com "Bones". Ele acrescentou mais duas vitórias ao seu currículo em 2019, elevando seu recorde para 12-0 no geral, mas é seu atletismo, resistência e poder que são os verdadeiros fatores a serem considerados ao tentar prever se Reyes será o único a entregar a Jones a primeira derrota verdadeira de sua carreira.
Dinastias ou campeões dominantes não empolgam alguns fãs, mas eu sou o oposto - eu amo ver a grandeza em exibição, e até a menor chance de que um campeão de longa data possa ser destituído é suficiente para me levar à beira do meu sofá, extasiado com o que pode acontecer dentro do Octógono.
UFC RIO RANCHO: ANDERSON VS. BLACHOWICZ II
SÁBADO, 15 DE FEVEREIRO (RIO RANCHO, NOVO MÉXICO)
John Dodson vs. Nathaniel Wood
Essas lutas tipo “veterano x prospecto” sempre despertam meu interesse, especialmente quando ocorrem em uma divisão lotada como o peso-galo.
Dodson tem se esforçado para ter sucesso consistente desde que passou para o peso-galo após uma corrida muito boa na divisão peso-mosca, acumulando um recorde de 3-4 em sete aparições, mas este é um daqueles casos em que apenas olhar os resultados não conta exatamente o toda a história. Cada uma dessas derrotas foram decisões contra um lutador do Top 10, incluindo dois veredictos de decisão dividida.
Wood entra neste confronto com Dodson com um cartel de 16-3 no geral, que inclui uma sequência ativa de oito vitórias, e as três últimas ocorreram dentro do Octógono. Ele é um dos principais prospectos da divisão e esse é o teste que precisa passar para conseguir entrar no Top 15.
Será que Dodson, de 35 anos, voltará à coluna da vitória, ou Wood conseguirá o maior triunfo de sua carreira e manterá o ritmo enquanto procura causar um impacto na categoria peso-galo este ano?
Jan Blachowicz x Corey Anderson
Eu absolutamente adoro essa luta e ressalto o quanto cada homem melhorou desde seu primeiro encontro no UFC 191. Além disso, a luta soa como uma lição para não desprezar atletas tão cedo, porque vários anos depois de cada um deles ser declarado como “nenhuma ameaça real”, aqui eles estão se enfrentando em uma luta que pode determinar o próximo desafiante do título na divisão dos meio-pesados.
Anderson é uma prova de que muito trabalho, paciência e confiança no processo - um vencedor do Ultimate Fighter que antes não tinha experiência, que sofreu com dificuldades alguns anos atrás, seguiu em frente e se destacou nas últimas batalhas. O lutador de 30 anos venceu quatro seguidas, mais recentemente conquistando uma vitória no primeiro round sobre Johnny Walker no UFC 244, e se sente como alguém que finalmente está juntando todas as peças.
Blachowicz tinha um cartel 2-4 depois de suas primeiras seis aparições no Octógono, mas o veterano polonês se recompôs e venceu seis de sete desde então, com seu único revés contra Thiago Marreta, o último homem a desafiar Jon Jones pelo título dos meio-pesados antes de Dominick Reyes. Em março do ano passado, ele se destacou ao nocautear Luke Rockhold e, enquanto superou Ronaldo Jacaré em luta equilibrada em sua aparição mais recente, o ex-destaque da KSW fez mais do que suficiente para provar que é um candidato legítimo.
UFC AUCKLAND: FELDER X HOOKER
SÁBADO, 22 DE FEVEREIRO (AUCKLAND, NOVA ZELÂNDIA)
Jimmy Crute x Michel Oleksiejczuk
Eu sei que os dois vêm de derrotas por finalização, mas aqui estão dois pesos-pesados com menos de 25 anos que já mostraram flashes de potencial e estão enfrentando uma batalha para ver qual deles se recupera e dá um passo à frente para iniciar bem o ano.
Depois de vencer as duas primeiras aparições no UFC, Crute, de 23 anos, foi finalizado por um mais experiente Misha Cirkunov em seu último combate, em Vancouver. Apesar da derrota - que foi a primeira de sua carreira - ainda havia pontos positivos na luta pelo promissor australiano e não seria de todo surpreendente se esse acabasse sendo o primeiro ponto de virada em sua jovem carreira.
Oleksiejczuk também sofreu uma derrota por finalização ao ficar preso no “Von Preux” em seu combate contra Ovince Saint Preux em Copenhague. A derrota quebrou a série invicta de 12 lutas do lutador polonês e deve - como a perda de Crute para Cirkunov - servir como uma oportunidade de aprendizado, não como algo para servir de crítica no futuro.
Não há tanta profundidade na divisão dos meio-pesados quanto nos pesos leves ou médios; portanto, algumas vitórias na qualidade colocariam um desses talentos emergentes no alto escalão; portanto, será interessante ver qual deles pode consertar o navio mais rápido depois de provar a derrota no Octógono pela primeira vez.
Paul Felder x Dan Hooker
Tudo foi cordial e educado entre os dois em abril de 2018, quando Hooker perguntou respeitosamente a Felder se ele gostaria de lutar quando "The Irish Dragon" o entrevistava no cage após sua vitória sobre Jim Miller. Menos de dois anos depois, a luta é uma realidade e a tensão entre eles é palpável.
Na verdade, existem muitas semelhanças entre esses dois enquanto eles se dirigem para o confronto do evento principal na cidade natal de Hooker, Auckland.
Ambos estão na melhor fase de suas respectivas carreiras e disputando posições na divisão sempre lotada e competitiva do peso-leve. Cada um deles perdeu apenas uma vez desde o início de 2017 - Felder está com 5-1; Hooker com 6-1 - e eles vêem essa luta como a chave para dar o próximo passo em frente na busca pelo ouro.
Estilisticamente, deve ser uma porradaria absoluta, porque os dois gostam de avançar e trocar - lutando para terminar, em vez de marcar pontos, e mais do que dispostos a levar um golpe para revidar com outro melhor.
De todas as lutas que estão por vir este mês, essa é a que mais anseio, de longe.
UFC NORFOLK: BENAVIDEZ X FIGUEIREDO
SÁBADO, 29 DE FEVEREIRO (NORFOLK, VIRGINIA)
Tom Brese x Brendan Allen
Esta é a versão peso-médio da luta "Crute x Oleksiejczuk", e estou igualmente empolgado para as duas lutas.
Atualmente, Allen é uma das minhas promessas favoritas no esporte - um jovem de 24 anos que já tem um currículo repleto de lutas difíceis contra competição de qualidade. O representante da Roufusport perdeu apenas para os futuros lutadores do UFC e conquistou três vitórias em 2019, elevando seu recorde para 13-3 no geral, incluindo uma finalização no primeira round no Contender Series e um triunfo no segundo round sobre Kevin Holland em sua estreia promocional três meses depois.
Breese está fora de ação desde que retornou à divisão dos médios com uma vitória na primeira rodada sobre o Dan Kelly em maio de 2018. Ainda com apenas 28 anos, o nativo de Birmingham tem um tamanho tremendo para a divisão, um jogo hábil e poder comprovado, o que faz dele uma força potencial se ele puder se manter ativo.
O peso médio está passando por uma mudança no momento, com um novo campeão e alguns nomes novos entrando no Top 15, mas todos os anos parecem produzir um novo contender a ser seguido, e o vencedor deste pode conseguir esse papel em 2020.
Joseph Benavidez x Deiveson Figueiredo, pelo título do peso-mosca
Com Henry Cejudo renunciando ao título do peso-mosca, esses dois destaques fecharão o mês com uma batalha para coroar o terceiro campeão na história da divisão.
Benavidez já lutou pelo título duas vezes, perdendo para Demetrious Johnson por decisão dividida na luta pelo cinturão inaugural antes de ser nocauteado em uma revanche 15 meses depois. Desde então, o veterano está em 9-1 com vitórias sobre quase todos os candidatos da divisão, assim como Cejudo.
Depois de sofrer uma derrota após uma ausência de 18 meses devido a uma lesão no LCA, Benavidez conseguiu três vitórias seguidas, incluindo uma segunda vitória na carreira contra Dustin Ortiz e Jussier Formiga, que deu origem ao seu novo apelido, “Joey Duas vezes."
Figueiredo chegou ao UFC com um irretocável cartel 11-0, e venceu mais quatro para elevar seu recorde para 15- 0, incluindo vitórias consecutivas de paralisação na segunda rodada sobre o então invicto Joseph Morales e o ex-desafiante John Moraga. Ele perdeu em uma decisão contra Formiga em 2019, mas respondeu superando Alexandre Pantoja no UFC 240 antes de finalizar Tim Elliott para encerrar o ano.
Estes são os dois melhores pesos-moscas no momento, e será bom voltar à movimentação pelo título na categoria de 57 Kg este ano.
Tags
