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Entrevistas

Brasil x Brasil no Octógono: bom ou ruim?

Conversamos com atletas e treinadores sobre um tema que tem dividido os fãs antes do UFC Fortaleza. Confira!

Assim que as duas lutas principais do UFC Fortaleza, entre Raphael Assunção e Marlon Moraes, e José Aldo e Renato Moicano, foram anunciadas, um debate suscitou entre os fãs: seria benéfico para o esporte no país ter brasileiros enfrentando outros brasileiros?

As opiniões divergem, com argumentos defendendo ambos pontos de vista. Por isso, resolvemos conversar com treinadores e atletas para saber o que eles pensam a respeito.

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Líder da American Top Team, Conan Silveira treinou dois atletas para duelos contra compatriotas em pouco mais de um mês. Primeiro, esteve ao lado de Amanda Nunes no confronto contra Cris Cyborg no UFC 232; neste sábado, estará ao lado de Renato Moicano contra Aldo. Para ele, é algo completamente normal.

“Acho que tem que ser visto como competição e profissionalismo. É necessário que todo mundo entenda que independente de onde você vem, sua cor e seu tamanho, se você quer ser o melhor, tem que enfrentar o melhor. Independente de onde a pessoa vem”, disse, “Não tenho uma resposta muito certa para isso porque não me incomoda nem um pouco. Acho que tem a ver com você querer alcançar seu objetivo. Então brasileiro com brasileiro, americano com americano, para mim é normal”.

Aldo e Moicano se enfrentam na luta co-principal do UFC Fortaleza.


Apesar de estar no outro córner neste sábado, Dedé Pederneiras, mentor de José Aldo, compartilha da opinião. Para ele, os fãs deveriam deixar de encarar um duelo entre brasileiros como algo ruim, e passar a ver como algo positivo.

“Sinceramente eu não consigo entender por que isso incomoda os fãs. Primeiro que a pessoa para chegar no UFC tem que ter lutado eventos nacionais. Então ela luta com brasileiros para chegar lá. E depois que chega lá, fica diferente?”, disse, “Lógico que a gente prefere lutar com caras de outros países, mas quando isso não acontece e tem que acontecer a luta (entre brasileiros), eu não vejo problema nenhum”.

“Acho que os fãs poderiam pensar de outro jeito”, continuou, “Em uma luta entre dois brasileiros, a vitória vai ser brasileira. Você não corre risco de ter um brasileiro perdendo para um cara de outra origem. Acho que se mudar esse pensamento, a pessoa passa a entender de forma melhor e ver de forma melhor”.

Aldo e Moicano: adversários, não rivais

Durante toda a fase de promoção do duelo, com entrevistas e encaradas, José Aldo e Renato Moicano adotaram uma postura bastante cordial e respeitosa um com o outro. Para eles, que estarão frente a frente no Octógono neste sábado, enfrentar um compatriota também é algo natural.

“Comecei lutando aqui e enfrentei muitos brasileiros, então não vejo problema nenhum”, disse o ex-campeão dos pesos-pena do Ultimate, “Eu só não luto com ninguém da minha academia, que está no dia a dia treinando comigo. Se for de outra equipe, não vejo motivo nenhum. Acho que é até um desrespeito a gente não lutar. Imagina se no futebol os times brasileiros só tivessem que jogar com times de fora? Em todo esporte existem confrontos nacionais".

"Por mais que a minha luta envolva dois brasileiros, ela tinha que ser feita por causa das nossas posições no ranking”, complementou Moicano, “Acabei de vencer o Cub Swanson, quinto do ranking, e quero andar sempre para frente. Muitos brasileiros gostam de assistir dois lutadores do país lutando. Claro que é sempre melhor lutar contra estrangeiro, mas não tem o que fazer se tivermos dois atletas do Brasil se destacando”.

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