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Cris Cyborg x Amanda Nunes, o caminho até a superluta

Brasileiras lutam no UFC 232, neste sábado, em Los Angeles

A primeira luta feminina do UFC aconteceu em 2013, quando Ronda Rousey finalizou Liz Carmouche no primeiro round e abriu as portas para as mulheres no octógono mais famoso do mundo.

Brasil

Muita coisa aconteceu de lá para cá, várias outras garotas também escreveram seu nome na história do MMA e conquistaram seu espaço no esporte. Mas neste sábado, em Los Angeles, Cris Cyborg e Amanda Nunes darão mais um passo importante para as mulheres quando fizeram a primeira superlutas feminina entre duas campeãs de categorias diferentes no UFC 232. 

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A luta deste sábado vai coroar ainda mais a carreira de duas atletas que dedicaram suas vidas para o esporte. Mesmo sem ter espaço no Ultimate, antes da primeira luta feminina, elas já faziam história em outros torneio. Cris Cyborg estava no meio da sua caminhada invicta e já havia sido campeã do Strikeforce e Invicta FC, enquanto Amanda Nunes brilhou no cenário brasileiro e também teve boas vitórias no Strikeforce. Separamos os próximos parágrafos para explicar melhor o tamanho dessa luta. 

Cris Cyborg

Nascida em Curitiba, Cristiane Justino sempre soube que viveria do esporte. Antes de conhecer as artes marciais, ela era destaque do handebol no seu colégio e praticava várias modalidades de atletismo. Foi por causa do seu porte físico e a incrível capacidade atlética que um treinador de muay thai a conheceu e convidou para treinar os primeiros golpes. 

Aos 19 anos, e contra a vontade da mãe, que queria que ela fosse dentista, Cris Cyborg fez sua estreia no MMA na única luta que saiu derrotada na carreira. Logo depois ela decidiu que queria continuar seu sonho de se tornar lutadora profissional e mudou-se para os Estados Unidos. Mesmo com algumas vitórias em seu cartel, a brasileira chegou a dormir dentro do carro com seu cachorro e demorou para conseguir a estabilidade financeira. 

“Eu usava todas as dificuldades que apareciam na minha vida para me motivar, hoje sei que minha carreira motiva as pessoas. Meus fãs passam por todas as complicações que eu passei, mas eles não desistem e passam por cima disso”, disse Cyborg ao site do UFC, em 2017. 

Cris Cyborg conquistou cinturões no Strikeforce e Invicta UFC antes de estrear no Ultimate. Em 2016, ela fez sua primeira luta no octógono em peso-combinado e nocauteou Leslie Smith no primeiro round do UFC 198, em sua cidade Curitiba. A brasileira seguiu vencendo e conquistou o cinturão do peso pena ao nocautear Tonya Evinger no UFC 214, em 2017. 

Amanda Nunes

Nordestina nascida em Pojuca, na Bahia, Amanda Nunes ingressou no mundo da luta treinando boxe e logo depois foi para o jiu-jítsu ao aceitar um convite da sua irmã, que já praticava a modalidade. Assim como sua rival no sábado, ela também perdeu sua primeira luta no MMA, em 2008, mas seguiu treinando e venceu os cinco duelos seguintes por nocaute.

Mesmo vencendo e conseguindo destaque no cenário nacional, Amanda ainda não tinha condição de viver apenas da luta e abandonou os treinos para trabalhar em uma loja de shopping. Até que uma amiga a encontrou na loja e disse que iria ajudá-la com a carreira de lutadora. 

“Uma amiga disse que eu não podia abandonar as lutas, que precisava acreditar no meu talento. Eu acreditava em mim, mas não existiam mais eventos para lutar. Aí ela me deu dinheiro para o transporte e a chance de ajudar nas aulas de judô. Ela me deu força para continuar, eu lembro muito disso”, disse Amanda Nunes ao site do Ultimate, em 2017.

A campeã dos galos também lutou no Strikeforce e Invicta FC, mas foi se firmar mesmo no octógono. A estreia foi no UFC 163, em 2013, quando nocauteou Sheila Gaff no primeiro round. Ela seguiu lutando e perdeu apenas uma vez no Ultimate, quando foi nocauteado por Cat Zingano no UFC 178, em 2014. Amanda Nunes tornou-se campeã ao finalizar Miesha Tate no UFC 200, em 2016, e já defendeu o cinturão três vezes, uma delas nocauteando a ex-campeã Ronda Rousey em 48 segundos.