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Nova Zelândia, que sedia o UFC deste sábado, é o destino favorito dos “pós-apocalípticos”

Milionários de todo o mundo acreditam que lá é o lugar ideal para os que sobreviverem a uma possível catástrofe mundial

Durante muito tempo, a Nova Zelândia foi conhecida como um país um tanto exótico, onde há sete vezes mais ovelhas do que seres humanos e que foi cenário do filme “Senhor dos Anéis”. De uns tempos para cá, o país repleto de belezas naturais passou a ser notório por outro motivo: é lá que vão morar, a salvo, as pessoas que sobreviverem a um possível colapso mundial.

Ao menos é isso que algumas das pessoas mais ricas do mundo todo acreditam. Nos últimos 10 anos, eles começaram a adquirir imóveis no país com medo de possíveis cenários apocalípticos que possam acontecer devido, principalmente, a revoltas por desigualdade social, à polarização política ou problemas ambientais.

Se a população mais pobre do mundo se rebelar contra a mais rica ou se ocorrer um cataclisma mundial por causa do efeito estufa, os bilionários correriam para a Nova Zelândia e viveriam felizes em suas mansões. O país, formado por duas ilhas principais, é considerado ideal por ter vários recursos naturais e bom índice de desenvolvimento econômico e social.

Foto por Dan Freeman em Unsplash


Foto por Dan Freeman em Unsplash

Nessa última década, a procura por casas e terrenos no país por ricaços estrangeiros foi tamanha que os preços subiram 60%. Uma a cada cinco casas vendidas em Auckland – onde ocorre o UFC neste sábado (22), que tem no card dois brasileiros, Priscila Pedrita e Marcos Pezão – e uma em cada 10 no distrito de Queenstown Lakes, duas das áreas mais caras do país, foram vendidas para estrangeiros recentemente.

Entre os bilionários estrangeiros estão pessoas como o cineasta James Cameron e o fundador do Pay Pal, Peter Thiel – que, inclusive, conseguiu cidadania neozelandesa.

Outro ricaço, Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn, deu uma entrevista para a revista New Yorker na qual afirmou: “Dizer que você está ‘comprando uma casa na Nova Zelândia’ é como se você desse uma piscadinha, não precisa dizer mais nada”.

Foto por Kirsten Drew em Unsplash


Foto por Kirsten Drew em Unsplash

Em 2015, no Fórum Econômico Mundial de Davos, o economista americano Robert A. Johson, que dirige o Institute of New Economic Thinking, afirmou que sabia que pessoas abastadas de todo mundo estavam “comprando pistas de pouso e fazendas em locais como Nova Zelândia porque eles acreditam que precisam de uma área de escape”.

Por isso tudo, a Nova Zelândia resolveu promulgar, em 2018, uma lei que proíbe estrangeiros de comprar propriedades existentes. Quem não adquiriu a sua perdeu a chance. Vai acabar como nós todos quando o Apocalipse chegar.