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Eventos

UFC 236: Fatos para a história

Chegou a hora de falar sobre os principais pontos de discussão do histórico evento de Atlanta

O UFC 236 ficará sempre lembrado na memória dos fãs de MMA como o evento liderado por duas disputas de títulos interinos - e por duas das melhores lutas já vistas dentro do Octógono. Estes são os principais pontos de discussão do card do último sábado em Atlanta.

“Diamantes são para sempre”

A luta principal da noite colocou de um lado Dustin Poirier, um jovem veterano fazendo seu 22º combate no Ultimate, sendo o primeiro valendo um cinturão; e de outro Max Holloway, atual campeão peso-pena, invicto há 13 lutas, buscando se juntar ao seleto grupo de campeões de duas categorias do UFC, além de vingar uma derrota sofrida por finalização para o “Diamante” em fevereiro de 2012.

O duelo não teve nada a ver com o primeiro embate, além, é claro, do vencedor. Desta vez, Poirier superou Holloway por decisão unânime após 25 minutos de luta, em uma das performances mais impressionantes de sua carreira, que coroou uma das trajetórias de evolução mais impressionantes já vistas no Ultimate.

A conquista do título em sua 22ª luta na organização fez de Poirier o segundo atleta com mais combates na história antes de ter um cinturão - atrás apenas de Michael Bisping, com 26. Até o derrotado Holloway acredita que isso foi tempo demais para um atleta com o gabarito, a ética de trabalho, e a qualidade técnica de Poirier atingir a consagração.

“Parabéns, Dustin e Jolie. Eles já deveriam ter um cinturão. Diamantes são para sempre”, escreveu o havaiano em suas redes sociais após o confronto, em uma tremenda demonstração de espírito esportivo, que não surpreende vindo daquele que segue sendo o campeão dos penas, mas, acima de tudo, um campeão também fora do Octógono.

Uma das maiores lutas que Dana White já viu na vida

Já se passaram alguns dias, mas ainda é difícil encontrar palavras para descrever o combate entre Israel Adesanya e Kelvin Gastelum, que deu ao nigeriano o cinturão interino dos pesos-médios, e a condição de segundo campeão africano (atrás de Kamaru Usman) da história do Ultimate.

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Por um lado, é difícil compreender como um lutador oriundo do wrestling e com 1,80m de envergadura foi capaz de promover um confronto tão equilibrado e cheio de alternativas competindo por 25 minutos com um kickboxer com mais de 80 lutas profissionais na modalidade, com 2,03m de envergadura.

Por outro lado, é difícil compreender como um atleta que passou tantos anos de sua vida se dedicando exclusivamente à trocação, foi capaz de acrescentar tantas armas tão rapidamente ao seu arsenal no MMA - Adesanya passou a competir regularmente nas artes marciais mistas apenas em 2015, deixou o kickboxing de lado em 2017 e agora, apenas 14 meses após sua estreia no Octógono, conquista o cinturão do UFC.

Talvez a receita desta luta memorável, que o próprio Dana White afirmou ter sido “uma das maiores que já viu na vida” seja exatamente essa: a imprevisibilidade e a genialidade de dois lutadores que, cinturões à parte, saíram vencedores do Octógono.

Renovação segue nos meio-pesados

Após nomes como Anthony Smith e Thiago Marreta surgirem como desafiantes, Dominick Reyes e Johnny Walker começarem a escalada nos rankings, outros dois atletas mostraram que podem, em um futuro próximo, bater de frente com a elite dos 93kgs.

Nikita Krylov e Khalil Rountree não são exatamente desconhecidos do público (o primeiro tem 11 lutas pelo UFC e está em sua segunda passagem; o segundo tem oito combates na organização), mas são jovens (27 e 29 anos, respectivamente), e tiveram neste final de semana, possivelmente, suas performances mais impressionantes na organização.

Krylov devolveu na mesma moeda a derrota por finalização sofrida para Ovince Saint Preux em 2014, aplicando no segundo round um mata-leão no 12º colocado no ranking; Rountree venceu Eryk Anders por decisão unânime, em um combate no qual aplicou 63 golpes significativos a mais que o adversário, e conseguiu quatro knockdowns em apenas um round.

Pantoja é mais um brasileiro na rota pelo título
ATLANTA, GA - APRIL 13: Alexandre Pantoja of Brazil celebrates after defeating Wilson Reis of Brazil in their flyweight bout during the UFC 236 event at State Farm Arena on April 13, 2019 in Atlanta, Georgia. (Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)

Jéssica Andrade, Marlon Moraes e Thiago Marreta já estão confirmados em disputas de título em 2019; José Aldo e Jussier Formiga já são os primeiros colocados em suas respectivas divisões; Ronaldo Jacaré e Junior Cigano podem estar a uma luta de um title-shot; e Alexandre Pantoja acaba de se juntar ao grupo brasileiro que postula uma luta por cinturão ainda este ano.

Isso porque o brasileiro conquistou uma vitória expressiva no sábado, nocauteando o ex-desafiante ao título dos moscas, e quarto colocado no ranking da divisão, Wilson Reis no primeiro round. Pantoja conquistou sua terceira vitória seguida, a quinta em seis lutas no Ultimate, e já não vê mais muitos adversários entre si próprio e o campeão Henry Cejudo.